Festival Raízes: Celebrando a Cultura Quilombola e a Luta Antirracista em São Pedro e Cabo Frio

Um Encontro Cultural que Promove o Diálogo e a Reflexão sobre Identidade e Educação

Nos dias 12 e 13 de setembro, a Região dos Lagos será palco do Festival Raízes – cultura quilombola e Antirracista. Realizado em São Pedro da Aldeia e Cabo Frio, o evento almeja não apenas entreter, mas também fomentar a discussão sobre o combate ao racismo através de debates, oficinas e apresentações culturais. Com uma proposta que transcende o entretenimento, o festival visa promover a equidade e instigar reflexões sobre a Educação Escolar Quilombola e as Relações Étnico-Raciais. Além disso, o evento oferece capacitação para profissionais da educação e integra as redes educacionais da Região dos Lagos.

No dia 12, o festival terá lugar no Quilombo da Caveira, começando com o IV Seminário de Educação Escolar Quilombola e Antirracista, na Escola Municipal Quilombola Dona Rosa Geralda da Silveira. O evento iniciará às 8h30 com uma solenidade de abertura, e entre 9h30 e 11h, haverá diversas atividades culturais e educativas com as artistas Sá Soraya e Renata Magrela, além de uma exposição dos alunos e apresentações culturais.

Às 13h, os debates são iniciados sob a curadoria das educadoras Sílvia Rohem e Juliana Pacheco, que discutirão a relevância das Leis 10.639/03 e 11.645/08, com a presença de representantes quilombolas e pesquisadores. O primeiro painel, intitulado ‘Educação Escolar Quilombola e Comunidade: Saberes, Resistência e Pertencimento’, será seguido pelo segundo, que aborda ‘Educar para Desconstruir: Caminhos da Educação Antirracista’. O dia se encerrará com uma apresentação cultural do grupo ‘Coletiva Ventarolas’ às 16h30.

No dia seguinte, o festival se deslocará para o Quilombo de Botafogo, em Cabo Frio, onde acontecerá um Encontro Cultural. O Quintal Dois Negros receberá oficinas de jongo, carimbó, além de uma Roda de Samba do Samba Quilombo, com a participação de artistas quilombolas locais. Haverá também um espaço dedicado a brincadeiras infantis, chamado ‘Espaço Brincar’, e uma feira de expositores, enriquecendo ainda mais a experiência do público.

A programação do dia 13 terá início às 10h com a performance ‘Filho do Nada’, do ator e produtor Fabrício Coelho, oriundo do Quilombo da Caveira. Logo após, às 10h30, será realizada a oficina ‘Memórias de um Corpo Ancestral’, conduzida pela Dra. Simonne Alves. Às 14h, o grupo ‘Aturiá’ facilitará uma oficina de Carimbó, seguida, às 16h, pela apresentação ‘Batizado de Boneca do Quilombo da Rasa’, e posteriormente, uma oficina de Jongo às 16h30, com o grupo tradicional ‘Jongo da Serrinha’. O dia se concluirá com uma Roda de Samba, promovida pelo Samba Quilombo, das 19h às 20h.

O Festival Raízes também tem como objetivo proporcionar um espaço de expressão cultural e dar visibilidade às manifestações afro-indígena-brasileiras, tanto locais quanto de outras partes do Brasil, as quais são consideradas patrimônios culturais nacionais. A partição no festival é gratuita e inclui ações voltadas para a democratização e acessibilidade. Entre as iniciativas, destacam-se a contratação de intérpretes de Libras, a oferta de audiodescrição em toda comunicação online, banheiros adaptados e transporte gratuito para levar o público do Centro de São Pedro até os quilombos, em horários previamente determinados e mediante inscrição. O evento reserva vagas específicas nas oficinas para pessoas com deficiência. Os interessados podem se inscrever por meio da página do Coletivo Vadeia Aldeia no Instagram (@vadeia_aldeia).

O Festival Raízes: cultura quilombola e Antirracista foi idealizado pela artista, escritora e educadora Aline Arco-íris, junto à produtora e artista Renata Alves Porto. A organização é realizada pelo Coletivo Vadeia Aldeia, em colaboração com a Coordenação de Educação Quilombola e Antirracista da Secretaria de Educação de São Pedro da Aldeia e o Espaço Cultural Quintal Dois Negros. O evento conta com apoio do Governo Federal e do Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio, utilizando recursos da Lei Aldir Blanc, além do patrocínio da Secretaria de Cultura.