Intoxicação por Metanol: Medidas de Prevenção no Rio de Janeiro
No dia 1° de outubro, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Rio de Janeiro (Cievs RJ), vinculado à Secretaria de Saúde (SES-RJ), lançou um alerta direcionado a todos os 92 municípios do estado sobre os riscos de intoxicação por metanol, especialmente em contextos envolvendo a ingestão de bebidas alcoólicas. A iniciativa foi impulsionada por uma notificação recente que relatou 26 casos suspeitos de intoxicação em São Paulo, ressaltando a importância de uma resposta rápida e coordenada.
Até o momento, o estado do Rio de Janeiro não registrou casos confirmados. O alerta emitido estabelece diretrizes claras para as unidades de saúde, instruindo-as a permanecerem atentas e prontas para identificar quaisquer sintomas relacionados à intoxicação. O documento enviado às cidades foi baseado em um aviso anterior do Cievs Nacional, destacando a gravidade da situação e a necessidade de vigilância redobrada em todo o Brasil.
A intoxicação por metanol é considerada um Evento de Saúde Pública (ESP), o que significa que a capacidade de detecção precoce e tratamento adequado deve ser priorizada. O metanol, um tipo de álcool frequentemente utilizado como solvente em produtos químicos, apresenta riscos significativos quando consumido e pode causar danos severos ao fígado, cérebro e nervo óptico. Os efeitos mais graves incluem cegueira, coma e, em circunstâncias extremas, a morte.
Leia também: Intoxicação por Metanol Aumenta Pressão no Mercado de Bebidas em Minas Gerais
Fonte: soudebh.com.br
Leia também: Intoxicação por Metanol: Praia, Samba e Futebol Sob Ameaça das Bebidas Adulteradas
Fonte: odiariodorio.com.br
Os produtos que podem conter metanol variam de combustíveis a líquidos de limpeza, e essa substância é frequentemente associada à adulteração de bebidas alcoólicas feitas de forma clandestina. A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro está enfatizando a importância de que os profissionais da saúde fiquem atentos aos sinais de intoxicação, especialmente aqueles que se manifestam entre 12 e 24 horas após a ingestão.
Orientações para Profissionais de Saúde e População
A secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, sublinha que é crucial que os profissionais da saúde reconheçam a possibilidade de intoxicação por metanol. “Sintomas que podem parecer embriaguez, mas que são acompanhados de desconforto gástrico, gastrite ou problemas visuais como visão turva devem ser investigados imediatamente. A população também deve procurar atendimento médico e evitar tentar tratar esses sintomas em casa”, alerta Mello.
Leia também: Aumento de Doenças Respiratórias em Crianças: Emergência em Saúde Pública no Amapá
Fonte: amapainforma.com.br
Silvia Carvalho, superintendente de Emergências em Saúde Pública, reforça que para uma reação eficaz, as unidades de saúde devem notificar rapidamente o Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde do estado. “A comunicação rápida é essencial para garantir que medidas adequadas sejam tomadas”, enfatiza Carvalho.
O governo estadual também recomenda que os consumidores verifiquem atentamente os rótulos das bebidas que compram, garantindo que estejam íntegros e que os lacres não tenham sido violados. Para os comerciantes, é vital evitar a compra de bebidas sem registro no Ministério da Agricultura e Pecuária, ou sem rótulo e selo fiscal adequados. Caso haja dúvidas sobre a legalidade do produto, consultar o CNPJ do distribuidor ou fabricante é uma medida prudente.
Cenário Nacional de Intoxicação por Metanol
Até a data do alerta, o Ministério da Saúde registrou 43 notificações de intoxicação por metanol em todo o país, sendo a maioria dos casos concentrada em São Paulo, onde 10 casos foram confirmados e 29 permanecem sob investigação. Em Pernambuco, quatro casos estão em análise. Tragicamente, um óbito já foi documentado em São Paulo, com outros sete casos aguardando investigação, e quatro suspeitas foram descartadas.
A situação demanda atenção contínua e colaboração entre os profissionais de saúde e a população. A prevenção e a educação são fundamentais para mitigar os riscos associados ao consumo de produtos potencialmente adulterados.