Uma Cidade Forjada pela Indústria
volta redonda, um símbolo da industrialização brasileira, emerge como um marco de desenvolvimento desde sua emancipação política-administrativa, celebrada em 17 de julho de 1954. Fundada em torno da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que se instalou na década de 1940, a cidade rapidamente se destacou no cenário nacional, representando os avanços da Era Vargas, quando o governo federal se tornou o principal investidor em grandes obras.
Com a CSN como elemento central de sua estrutura urbana, volta redonda adotou um modelo de ‘company-town’, onde a empresa não apenas gerencia a produção, mas também influencia a vida social e urbana. O urbanista Atílio Corrêa Lima, responsável pelo planejamento da cidade, projetou um espaço que seria uma ‘minicidade’, com habitações, comércio, escolas e áreas de lazer controladas pela empresa que a criou, como enfatizado por Lima (2008).
O Papel da CSN na Vida Urbana
A cidade, segundo Assis (2013), era essencialmente habitada por trabalhadores da CSN e possuía uma estrutura que refletia a hierarquia do seu interior. A ‘cidade nova’, administrada pela empresa até 1967, foi construída para acomodar os profissionais que lidavam com a administração da siderúrgica, enquanto o núcleo periférico, conhecido como ‘cidade velha’, era relegado a um segundo plano.
O projeto de urbanização de volta redonda, baseado nas ideias do arquiteto francês Tony Garnier, visava não apenas a eficiência, mas também a criação de um ambiente propício à convivência social. O espaço urbano foi desenhado para refletir as necessidades de uma comunidade industrial em ascensão, onde cada área tinha uma função específica, conforme defendido por Assis (2013).
Desafios e Crescimento
Ainda assim, a cidade enfrentou desafios significativos ao longo de sua trajetória. Com a desativação de alguns serviços pela CSN em 1967 e a transferência de suas obrigações urbanas para a prefeitura, volta redonda teve que se reinventar. A crise econômica que afetou a siderúrgica obrigou a empresa a adotar uma postura mais conservadora, levando à venda de propriedades e à reavaliação de seu papel na comunidade.
Entretanto, a cidade persistiu em seu desenvolvimento, com o fortalecimento de sua base educacional. Atualmente, volta redonda abriga um variado leque de instituições de ensino superior, como UniFOA e UGB, que atraem milhares de estudantes e movimentam a economia local. Esses centros de aprendizado têm se adaptado às demandas do mercado, promovendo cursos que alinham a formação técnica às necessidades das indústrias locais.
Eventos e Celebrações
Para celebrar suas sete décadas de história, volta redonda realizará uma cerimônia cívica nesta quarta-feira, 17 de julho, às 8h, na Praça Sávio Gama, onde autoridades hastarão as bandeiras nacional, estadual e municipal, acompanhadas de apresentações da Banda e Coral Municipal. A celebração, ainda que reduzida devido a restrições eleitorais, simboliza a união da comunidade e sua resiliência.
A história de volta redonda é marcada por superação, adaptação e desenvolvimento contínuo, refletindo a força de seus cidadãos e a importância da CSN na constituição de uma identidade urbana significativa. Ao olhar para o futuro, a cidade continua a se posicionar como um polo não apenas industrial, mas também acadêmico e cultural, preparando-se para novos desafios e oportunidades.