A Admiração de Binoche pelo Cinema Brasileiro
Durante sua passagem pelo Festival do Rio, Juliette Binoche, a renomada atriz francesa, não poupou elogios ao filme brasileiro ‘O Agente Secreto’. O longa, que conquistou os prêmios de Melhor Ator para Wagner Moura e Melhor Direção para Kleber Mendonça Filho no Festival de Cannes, teve a honra de ser comentado pela própria Binoche, que presidiu o júri da competição.
“Eu simplesmente gostei do começo ao fim,” afirmou Binoche, demonstrando sua paixão pelo filme. “A forma como é filmado, a imaginação, a alegria de viver e a diversidade presente na trama me encantaram. A mulher mais velha, interpretada por Tânia Maria como Dona Sebastiana, é a melhor!” destacou a atriz, referindo-se ao papel que se tornou um favorito entre os espectadores.
A Performance de Wagner Moura
Leia também: Festival do Rio 2023: 300 Filmes e o Renascimento do Cinema Brasileiro
Fonte: odiariodorio.com.br
Em sua análise, Binoche também ressaltou a profundidade da atuação de Wagner Moura. “Eu gosto da presença que Wagner transmite no filme; há uma distância que, ao mesmo tempo, cria intimidade. É um trabalho focado, mas que também traz uma sensação de facilidade,” disse a atriz. Ela enfatizou que ‘O Agente Secreto’ é um filme repleto de imaginação, ao mesmo tempo que oferece uma estética reminiscente dos anos 1970, mas com uma visão renovada.
Para Binoche, a interação que teve com Kleber Mendonça Filho foi inspiradora. “Eu disse a ele que adoraria trabalhar com ele, porque ele é um verdadeiro herói para mim,” confessou. Essa troca não foi apenas uma demonstração de respeito, mas também uma abertura para futuras colaborações.
Novos Projetos no Brasil
Durante a entrevista, Juliette Binoche revelou que já está desenvolvendo um novo projeto no Brasil, mas optou por não divulgar o nome do diretor. Essa novidade promete mais um capítulo na carreira da atriz no cenário cinematográfico brasileiro.
Além de sua participação no festival, Binoche está promovendo seu documentário ‘In-I in Motion’. O filme, que ela dirigiu, retrata os bastidores do espetáculo ‘In-I’, que apresentou em 2007 ao lado do dançarino Akram Khan. A proposta da obra baseia-se na troca cultural entre dança e atuação. “A questão crucial é como unimos nossos mundos diferentes. A dança é um mundo exterior, onde você está frequentemente diante do espelho, enquanto a atuação começa de dentro para fora,” explicou.
Reflexões Sobre a Interpretação
Binoche compartilhou sua visão sobre o processo criativo: “A consciência interior emerge depois. Enquanto atores, começamos de dentro, e o que se revela externamente nos surpreende. É vital para mim começar de dentro, embora algumas técnicas possam variar entre os profissionais.”
Com uma carreira marcada pela diversidade, Juliette já assumiu papéis que vão desde astronautas até personagens icônicos como Godzilla. Ao ser indagada sobre novos desafios, a atriz demonstrou abertura e curiosidade: “A jornada de ser ator é sobre encontros e o que a vida disponibiliza. É fundamental estar receptivo ao que surge em nosso caminho,” refletiu.
Surpresas e Encontros no Cinema
Juliette Binoche lembrou de seu encontro com o aclamado diretor iraniano Abbas Kiarostami, sublinhando como, apesar das adversidades que cercavam a percepção pública do Irã, a experiência foi enriquecedora. “Ele me convidou para ir ao Irã, e foi uma oportunidade de descobrir a realidade por trás das notícias,” compartilhou.
“A vida é cheia de surpresas. Às vezes, pensamos que estamos seguindo por um caminho, mas a direção acaba sendo outra. Estar aberto ao que está acontecendo e ouvir as sutilezas que indicam novos rumos é essencial,” concluiu Binoche, revelando seu desejo de ser surpreendida novamente, especialmente ao lado de Kleber Mendonça Filho.