Reações à Operação Contenção no Rio de Janeiro
No dia 29 de novembro, parlamentares das federações Psol-Rede e PT-PCdoB-PV expressaram suas preocupações sobre a Operação Contenção, uma iniciativa das polícias do Rio de Janeiro que ocorreu nos complexos do Alemão e da Penha. Com o objetivo de desmantelar lideranças do Comando Vermelho, a operação resultou em mais de 100 mortes, gerando um forte debate sobre a ação policial e suas implicações.
Em uma coletiva de imprensa na Câmara dos Deputados, os representantes criticaram o governo do estado, acusando-o de promover o que consideraram uma “chacina” e exigindo mudanças urgentes nas políticas de segurança pública. O deputado Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, levantou a questão de que o número de mortos poderia ultrapassar 200, e afirmou: “Estamos diante da maior chacina da história do Brasil, superando a do Carandiru.”
Reimont descreveu este evento como uma “chacina continuada”, citando a recorrência de ações policiais que resultam em alta mortalidade. A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) também criticou a operação, argumentando que ela evidencia uma “falta de planejamento” e denunciando o modelo de enfrentamento adotado pelo governo de Cláudio Castro. Para ela, o que se observa é um “banho de sangue” que não resolve os problemas de criminalidade, mas destrói famílias há décadas.
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O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) destacou que a operação em questão foi “a mais letal da história do Rio de Janeiro” e defendeu a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança, como uma alternativa para implementar uma política de segurança mais eficaz e centrada na cidadania.
“O governador Cláudio Castro persiste em um modelo falido que prioriza operações de guerra, ao invés de investir em inteligência e integração”, comentou Farias, que ocupa o cargo de vice-líder do governo no Congresso Nacional. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também se manifestou, afirmando: “A política de segurança de Cláudio Castro é essencialmente uma política de chacina, transformando o medo e a morte em palanque eleitoral. O Rio não precisa de operações que executam o próprio povo, mas sim de inteligência e planejamento.”
Além disso, membros da Comissão de Direitos Humanos planejam uma visita ao Complexo do Alemão, ao Instituto Médico-Legal (IML), à Defensoria Pública do Rio de Janeiro e à Procuradoria-Geral de Justiça do estado, com o intuito de acompanhar as investigações e ouvir os relatos das famílias das vítimas.
Defesas e Apoios à Operação
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Por outro lado, parlamentares de partidos de direita defendem a operação das forças de segurança do Rio. O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) argumentou que a ação foi imprescindível para conter a violência e o avanço do crime organizado. “Esses criminosos não respeitam a lei, nem a vida. A polícia do Rio fez o que precisava ser feito para garantir a segurança da população honesta”, afirmou.
O deputado Delegado Caveira (PL-PA) também apoiou a abordagem policial, rebatendo as críticas recebidas. “É fácil condenar a polícia de um ambiente confortável. Na verdade, aqueles que estão na linha de frente, enfrentando o tráfico, arriscam suas vidas diariamente. O que ocorreu foi legítima defesa da sociedade contra o crime”, disse.
O deputado Sargento Gonçalves (PL-RN) acrescentou que a operação foi resultado de “planejamento e coragem”. Segundo ele, a polícia agiu com base em informações de inteligência e não podemos permitir que bandidos armados dominem comunidades e amedrontem os cidadãos.
Denúncias de Tortura e Execuções
Entretanto, familiares e lideranças comunitárias ouvidas pela Agência Brasil relataram que a Operação Contenção foi marcada por abusos, incluindo execuções e torturas. De acordo com testemunhos, as forças policiais adotaram uma estratégia de invasão nas comunidades, criando um bloqueio para evitar a fuga de suspeitos, o que resultou em confrontos intensos e violentos.
Os relatos incluem evidências de tortura e execução de pessoas, com corpos encontrados dispostos em frente à associação comunitária em Praça São Lucas, na área conhecida como Vila Cruzeiro. As informações provenientes das comunidades ressaltam a necessidade urgente de revisão nas táticas empregadas pelas forças de segurança do estado.

