Desigualdade nas Favelas: A Falta de Arborização e Infraestrutura
Um levantamento recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao Censo de 2022, trouxe à tona dados alarmantes sobre a realidade das favelas e comunidades urbanas do Brasil. De acordo com a pesquisa, divulgada nesta sexta-feira, mais de 60% dos habitantes dessas áreas vivem em ruas que não possuem árvores. Letícia Gianela, gerente da pesquisa, apontou que, ao comparar as condições de favelas com as de bairros estruturados, as diferenças são evidentes. Embora os percentuais de áreas urbanizadas fora das favelas não sejam muito expressivos, nas comunidades a situação é ainda mais crítica.
A análise focou nas 20 maiores favelas do país em 2022 e revelou que as mais populosas têm os menores índices de arborização. Por exemplo, no caso de Rio das Pedras, localizado no Rio de Janeiro, apenas 3,5% dos residentes têm acesso a ruas arborizadas. Em contraste, a favela Sol Nascente, em Brasília, destaca-se como uma exceção; com cerca de 70 mil moradores, essa comunidade apresenta 70,7% de suas vias arborizadas, oferecendo um alívio em meio à escassez.
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Fonte: alagoasinforma.com.br
Outro aspecto importante destacado na pesquisa é a infraestrutura urbana, que fora das favelas é considerada deficiente, mas dentro delas, a situação é ainda mais crítica. O IBGE analisou 10 elementos essenciais, incluindo pontos de ônibus, bueiros, pavimentação, arborização e calçadas. Em 2022, aproximadamente 19,2% da população brasileira residia em favelas e comunidades urbanas caracterizadas por ruas acessíveis apenas por moto, bicicleta ou a pé. Isso representa cerca de 3,1 milhões de pessoas vivendo em locais sem acesso para veículos maiores como carros e ônibus. Em contraste, fora dessas comunidades, apenas 1,4% da população enfrenta essa situação, conforme os dados coletados.
Entre as 20 favelas mais populosas do Brasil, locais como Rocinha e Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, além de Paraisópolis, em São Paulo, apresentaram os maiores índices de moradores vivendo em áreas com acesso restrito a motos, bicicletas ou pedestres. O levantamento realizado pelo IBGE abrange um total de 16,2 milhões de pessoas em 12,3 mil favelas e comunidades urbanas, distribuídas em 656 municípios brasileiros. Esses números não apenas revelam um quadro preocupante sobre a habitação nas favelas, mas também ressaltam a urgência de intervenções que melhorem a qualidade de vida nessas áreas.

