Uma Imersão nas Nuances da Arte Contemporânea Baiana
A Casa de Cultura Eduardo Cabus abre suas portas para uma nova Exposição Coletiva de Pinturas, destacando o trabalho de seis notáveis artistas: Fernando Bernardes, Ney Costa, Antonio Figueiredo, Albano D’Ávila, Rodolpho Caramundo e Bruno Vandystadt (BV). A mostra não é apenas uma vitrine de talentos, mas uma celebração da diversidade de trajetórias, técnicas e narrativas que compõem a cena artística contemporânea. O público é convidado a um mergulho profundo no universo das artes visuais, onde cada obra conta uma história única. Os preços das obras podem ser consultados diretamente na casa de cultura.
Fernando Bernardes: Memórias e Cotidiano
Fernando Bernardes Souza, natural de São Felipe, no Recôncavo Baiano, traz uma proposta que transita entre pintura, desenho, escultura e performance. Com formação em mestrado pela UFBA, ele utiliza pigmentos de terra de sua cidade natal para criar obras que exploram os temas de ancestralidade, etnia e vida cotidiana. Suas telas “Raspando Mandioca” e “Embate” são resultados de um contato íntimo e direto com mulheres trabalhadoras do campo, capturadas em fotografias e processadas em tons terrosos. Essas obras evocam sensibilidade, força e resistência, celebrando a simplicidade e a potência da vida rural.
Bruno Vandystadt: O Poeta das Cores
Bruno Vandystadt (BV), criado na Bahia e com raízes no Rio de Janeiro, desenvolve uma obra autoral repleta de emoção. Influenciado por seu pai, o arquiteto e artista Nelson Philippe, ele é um autodidata que transforma a realidade em poesia visual. Em sua série “The Art of Dancing by BV”, o artista convida o público a explorar um mundo vibrante e visceral, expressando seu estado emocional através de cores e movimentos, utilizando acrílico sobre tela.
Antonio Figueiredo: Alegorias Contemporâneas
Natural de Maracás (BA), Antonio Figueiredo tem sua trajetória marcada pela presença em salões e espaços culturais de destaque. Em sua série “Híbridos”, ele apresenta desenhos em nanquim que misturam figuras siamesas e seres alados, refletindo alegorias visuais do mundo contemporâneo. Essas composições são um retrato das complexidades morais, políticas e sociais que nos cercam, apresentando seres ao mesmo tempo agressivos e frágeis.
Ney Costa: A Força do Gesto Intuitivo
O artista Ney Costa, conhecido por sua pintura naïf, é guiado pela intuição em suas criações. Suas telas vibrantes, repletas de cores intensas e contrastes marcantes, traduzem uma linguagem própria que oscila entre a ingenuidade expressiva e a profundidade simbólica. Em sua obra “VIDA”, a atenção se volta para uma abstração em amarelo e verde, que convida o público a uma experiência sensorial rica e aberta.
Albano D’Ávila: Voz da Geração 70
Ator e artista plástico da geração 70, Albano D’Ávila apresenta obras que fazem parte de sua fase expressionista, refletindo suas inquietações pessoais e coletivas. Com uma abordagem multimídia, ele explora a força gestual, o impacto das cores e uma construção dramática que ressoa com a história cultural da Bahia, tornando suas obras altamente expressivas e envolventes.
Rodolpho Caramundo: Criação e Libertação
Para Rodolpho Caramundo, pintar é um gesto de liberdade. Seu trabalho reflete um impulso primitivo e quase infantil, desafiando as normas acadêmicas em busca de um diálogo terapêutico com o próprio interior. Suas obras, que incorporam elementos de caos e incompletude, revelam tanto fragilidade quanto força. Caramundo oferece ao público uma experiência artística que propõe acolhimento e ressignificação, convidando cada um a encontrar seu lugar no mundo.

