Análise dos compromissos da China e impactos no comércio de soja
No último domingo, o representante comercial dos Estados Unidos, Greer, destacou em entrevista ao programa “The Sunday Briefing” da Fox News que a China está cumprindo os termos dos acordos comerciais estabelecidos entre os dois países. “Com a China, é sempre assim: verificamos, monitoramos e acompanhamos os compromissos. Os compromissos são bastante específicos”, afirmou Greer, enfatizando que os acordos recentes são concretos e de fácil monitoramento. Até agora, segundo ele, a China já cumpriu cerca de um terço de sua promessa de compra de soja para a atual safra.
Entretanto, a agência de notícias Bloomberg relatou que, após uma série de pedidos realizados no final de outubro, que marcaram o início da temporada de compras, a demanda chinesa por soja americana parece ter desacelerado. Os presidentes Donald Trump e Xi Jinping concordaram em estender uma trégua tarifária e reverter controles de exportação no final de outubro, mas alguns aspectos desse acordo, incluindo as compras de soja, permanecem em andamento.
Recentemente, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e Greer participaram de uma videoconferência com o vice-premiê chinês, He Lifeng. Durante essa conversa, descrita como “profunda e construtiva” pela agência estatal chinesa Xinhua, os oficiais se comprometeram a manter relações comerciais estáveis e a discutir preocupações mútuas em relação ao comércio e à economia.
Bessent, em uma entrevista ao programa Face the Nation da CBS News, mencionou que, embora a China não deva acelerar as compras de soja, espera-se que elas ainda ocorram nesta temporada agrícola. Além disso, ele observou que os preços da soja aumentaram entre 12% e 15% desde a assinatura do acordo com a China. Bessent também mencionou uma ação ética, relatando que vendeu sua participação em uma fazenda de soja para se alinhar às diretrizes de ética do governo.
Em meio a esse cenário, a administração Trump planeja divulgar um esperado projeto de auxílio ao setor agrícola nesta semana, conforme anunciado pela secretária de Agricultura dos EUA, Brooke Rollins, em uma reunião de gabinete na última terça-feira.
Quando questionado sobre se fabricantes de tecnologia, como a Nvidia, deveriam fornecer à China chips semicondutores avançados, Greer ressaltou a necessidade de cautela. “Minha opinião pessoal é que precisamos ser muito cautelosos com isso”, declarou. Ele afirmou que, embora o objetivo seja garantir resultados financeiros positivos para as empresas, a segurança nacional deve sempre estar em primeiro lugar. Greer também comentou sobre o discurso do presidente Trump em relação aos tipos de chips que poderiam ser restritos, reconhecendo que a discussão sobre onde estabelecer esses limites é contínua e evolutiva.

