José Sérgio Leite Lopes Recebe Título de Professor Emérito
Nesta segunda-feira, 15 de dezembro, o professor José Sérgio Leite Lopes, atuante no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional (PPGAS/MN) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi agraciado com o título de professor emérito. A cerimônia ocorreu na sala Copacabana, localizada no prédio da Reitoria da universidade. A proposta para a concessão do título foi apresentada pelo PPGAS/MN e recebeu aprovação unânime do Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ em uma sessão realizada em 13 de junho de 2024.
“O título de professor emérito é reservado àqueles que, além de seu trabalho cotidiano, contribuíram significativamente para o desenvolvimento da Universidade. O professor José Sérgio representa esse ideal de forma exemplar, tanto pela sua vasta contribuição ao conhecimento científico e à memória institucional, quanto por sua militância contra a ditadura e as desigualdades sociais”, afirmou o reitor da UFRJ, Roberto Medronho.
Trajetória Acadêmica de José Sérgio Leite Lopes
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Graduado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1969, José Sérgio Leite Lopes também completou seu mestrado e doutorado em Antropologia Social na UFRJ, nos anos de 1975 e 1986, respectivamente. Entre 1988 e 1990, ele realizou um pós-doutorado na École des Hautes Études en Sciences Sociales em Paris. Desde 1978, Leite Lopes exerce suas funções como professor no Museu Nacional e foi professor visitante na Universidade Federal de Pernambuco de 2003 a 2006. Além de coordenar o Programa de Memória dos Movimentos Sociais (Memov) no Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE), ele também lidera a Comissão Memória e Verdade (CMV) da UFRJ.
O professor se destacou por pesquisas inovadoras relacionadas ao trabalho e às classes trabalhadoras, com ênfase no Nordeste canavieiro. Sua dissertação de mestrado, intitulada *O Vapor do Diabo*, e a tese de doutorado, *A tecelagem dos conflitos de classe na cidade das chaminés*, são consideradas referências essenciais dentro da antropologia do trabalho no Brasil.
Contribuições para a Pesquisa e educação
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Fonte: rjnoar.com.br
Além de sua carreira acadêmica, Leite Lopes teve um papel fundamental na articulação do PPGAS/MN com importantes instituições como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sua atuação colaborativa foi determinante para a consolidação de grandes projetos de pesquisa e para a sustentabilidade do programa.
Nos anos seguintes, como membro do PPGAS/MN, o antropólogo ampliou suas linhas de pesquisa para incluir questões como a antropologia do esporte, a história social da sociologia do trabalho e a memória dos movimentos sociais, garantindo uma forte inserção internacional, especialmente na França, onde colaborou com o renomado Pierre Bourdieu. Ele também coordenou núcleos de pesquisa de grande impacto e desempenhou funções importantes em associações científicas nacionais e na própria UFRJ.
Legado e Impacto Social
“Hoje celebramos não apenas a vasta e rica trajetória do professor José Sérgio, mas também um modelo de condução de nossa universidade. Um modelo que prioriza a responsabilidade, a intelectualidade e um estilo de vida comprometido com a democracia, que se faz cada vez mais necessário em nossa instituição. Sua obra, que dialoga com as histórias do campesinato e das classes trabalhadoras, é extremamente significativa e necessária para compreender as violações de direitos que ainda marcam a história brasileira”, comentou Christine Ruta, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.
Durante sua carreira, José Sérgio Leite Lopes orientou 26 mestres e 26 doutores, além de supervisionar oito pós-doutorados. Seu legado inclui uma extensa produção bibliográfica, com 76 artigos em periódicos, 16 livros publicados ou organizados e 61 capítulos de livros escritos. Ele também se destacou na produção de cinco documentários etnográficos e cinco documentários sobre trajetórias biográficas. Atualmente, Leite Lopes é bolsista 1A do CNPq, mantendo essa distinção desde 1983.

