Impacto das Novas Medidas na educação Carioca
No Rio de Janeiro, a proibição do uso de celulares nas aulas da rede pública, implementada em 2023, já apresenta resultados animadores, conforme aponta a Secretaria Municipal de Educação. Um estudo abrangendo 900 instituições revelou que os estudantes melhoraram em 25% seu desempenho em Matemática e 14% em Língua Portuguesa após a adoção dessa medida.
Antoine Lousao, subsecretário executivo da Secretaria de Educação, ressaltou que a decisão de proibir os celulares surgiu em resposta a uma crescente “epidemia de desatenção” nas aulas. Ele enfatizou que não basta apenas restringir o uso de dispositivos eletrônicos; é fundamental implementar um projeto educacional abrangente.
— O grande desafio hoje reside na capacitação de professores e alunos. Investir em inteligência artificial não é eficaz se os estudantes não estão adequadamente preparados — afirmou Lousao.
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A educadora Débora Garofalo, conhecida por suas iniciativas em educação, como o projeto Robótica com Sucata, também notou uma melhoria significativa no rendimento escolar. No entanto, ela alerta para a importância de uma educação digital que inclua o uso consciente de celulares fora da sala de aula.
— Repensar o ensino não é uma tarefa simples — comentou Débora. — O modelo de aula expositiva ainda predomina, mas nossos estudantes não cresceram nesse ambiente tecnológico.
Desafios da Era Digital na Educação
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Fonte: rjnoar.com.br
Thiago Gomide, historiador e professor, que também escreve para o GLOBO, destacou a necessidade de discernir quando usar o celular como ferramenta educativa e quando mantê-lo guardado. Ele defende que é imprescindível investir em educação midiática nas escolas.
— Temos que estar muito bem preparados para orientar os alunos. Há uma busca por reconhecimento nas redes sociais, e essa ‘ditadura do like’, como costumo chamar, pode ser arriscada. O valor atribuído ao compartilhamento e às curtidas pode gerar frustrações significativas quando os resultados não são alcançados. Portanto, a proibição do celular deve estar acompanhada de um trabalho sério em educação midiática — alertou Gomide.
Além de afetar os alunos diretamente, a implementação de novas tecnologias e inteligência artificial também exige uma reavaliação na formação de professores. Na PUC-Rio, segundo o reitor padre Anderson Antonio Pedroso, as capacitações buscam valorizar as experiências e habilidades de educadores com anos de sala de aula.
— Precisamos de uma formação que respeite o conhecimento prévio dos professores. Essa formação deve estar alinhada com as novas demandas de empregabilidade e promover a consciência crítica. Não adianta dominar tecnologias como a IA sem levar em conta a inteligência humana e emocional adquirida ao longo dos anos — explicou o reitor, que também destacou a importância de valorizar financeiramente a carreira docente e regular a tecnologia no contexto educacional.
Por sua vez, Renan Ferreirinha, secretário municipal de Educação do Rio, também defendeu a necessidade de estabelecer limites para o uso da inteligência artificial nas salas de aula, reiterando a relevância do papel dos professores neste novo cenário.

