Acordo de Fornecimento de Petróleo
A Petrobras firmou um contrato significativo para fornecer 6 milhões de barris de petróleo à Índia, com entrega programada ao longo de um ano. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (16) pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que está à frente da delegação brasileira em uma visita oficial a Nova Déli. Este acordo é parte de um esforço mais amplo para intensificar as relações comerciais e energéticas entre Brasil e Índia.
Alckmin destacou que a Petrobras também planeja lançar 18 blocos offshore para exploração de petróleo nas bacias de Santos e Campos em 2024. “É um recorde. Serão 18 blocos no próximo ano, e um número ainda maior em terra,” afirmou o vice-presidente durante o anúncio.
Contexto Geopolítico e Dependência Energética
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O acordo com a Índia ocorre em um cenário de crescente pressão dos Estados Unidos sobre o país asiático, que enfrenta tarifas de até 50% por suas compras de petróleo russo. Apesar dessa pressão, a Índia permanece fortemente dependente da Rússia, que responde por mais de um terço de seu consumo energético.
Com isso, a parceria com o Brasil emerge como uma alternativa estratégica para Nova Déli diversificar suas fontes de energia. Essa diversificação é vista como crucial para a segurança energética indiana em um contexto de tensões internacionais.
Expansão do Comércio Bilateral
Além do acordo de petróleo, a delegação brasileira e a indiana também estabeleceram um cronograma para ampliar o Acordo de Comércio Preferencial entre Mercosul e Índia. O governo do Brasil almeja aumentar o comércio bilateral para US$ 15 bilhões até 2025 e US$ 20 bilhões até 2026.
No momento, o tratado atual contempla apenas 450 categorias de produtos, com reduções tarifárias modestas que variam entre 10% e 20%. A proposta em discussão busca ampliar o número de produtos beneficiados e intensificar as preferências comerciais entre os dois países. “Temos um acordo de preferência tarifária que abrange poucas linhas. Podemos ampliar e aprofundar para aumentar nossa competitividade,” declarou Alckmin.
Revisão do Tratado e Prioridades Estratégicas
A diretora de negócios da ApexBrasil, Ana Repezza, afirmou que a revisão do tratado comercial é uma prioridade diante das tensões internacionais. “A ampliação tornou-se uma prioridade estratégica, especialmente após as tensões com os Estados Unidos,” afirmou.
Cooperação Empresarial e Setorial
A missão brasileira em Nova Déli contou com representantes de 20 setores, incluindo agronegócio, tecnologia, energia e saúde. Durante as discussões, foram abordadas questões como a redução de tarifas e o acesso ao mercado indiano, além de iniciativas para facilitar os negócios, como a implementação de um visto eletrônico para empresários indianos e parcerias na área da saúde.
Essas iniciativas refletem a busca por um fortalecimento das relações bilaterais em um momento de reconfiguração geopolítica global, com Brasil e Índia se posicionando para expandir sua presença no comércio internacional e se consolidar como atores centrais do Sul Global.