Reajuste no Bilhete Único Intermunicipal
A partir desta sexta-feira, 19 de janeiro, o reajuste do Bilhete Único Intermunicipal (BUI) no Rio de Janeiro já está em vigor. O valor da tarifa passou de R$ 8,55 para R$ 9,40. Esta alteração foi autorizada em novembro pelo governador Cláudio Castro (PL), e desde então, passageiros têm se mobilizado em protesto contra o aumento.
Os usuários que possuem renda mensal de até R$ 3.205,20 estão habilitados a usufruir do benefício oferecido pelo estado. O Bilhete Único possibilita a integração de até dois meios de transporte, incluindo um intermunicipal, com o custo fixo de R$ 9,40 dentro de um período de três horas.
Usuários do Bilhete Único em Números
Atualmente, aproximadamente 1,5 milhão de pessoas utilizam o Bilhete Único, que abrange 20 cidades do estado. Este benefício é aceito em diversas modalidades de transporte, como barcas, metrô, trem, ônibus municipais e intermunicipais, vans intermunicipais legalizadas, além de sistemas como BRT e VLT.
Ainda que o sistema Jaé funcione como bilhetagem exclusiva na cidade do Rio, um acordo garantiu a continuidade da integração entre os modais do município. Os validadores do Riocard permanecem acessíveis para os usuários do BUI nos ônibus, VLT e BRT.
Tarifa Social e Críticas ao Aumento
É importante ressaltar que a tarifa social para usuários do BUI no metrô permanece em R$ 5, enquanto outros passageiros precisam desembolsar R$ 7,90 — uma das tarifas mais altas do Brasil. Este aumento foi considerado abusivo pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), o que tem gerado críticas entre os usuários e representantes de movimentos sociais.
No dia anterior ao reajuste, o movimento Tarifa Zero RJ, em parceria com a Metrô Justo, organizou uma ação de panfletagem na Uruguaiana, no centro da cidade, para alertar a população sobre o aumento. De acordo com Mallu Cortês, integrante do Tarifa Zero RJ, “Esse é o presente do governador Cláudio Castro para o Natal. O reajuste acontece em um período festivo para desmobilizar a população, que só se dá conta do aumento ao pagar a passagem. Espera-se que a mudança comprometa até R$ 500 da renda mensal do trabalhador apenas com transporte público”.
Promessas do Governo e a Realidade do Transporte Público
No início do ano, o governo de Cláudio Castro havia prometido a implementação de uma tarifa única nos transportes da região metropolitana, como uma estratégia para reverter a queda no número de passageiros, especialmente no metrô, que sofreu uma significativa diminuição de usuários desde a pandemia. Contudo, com o novo aumento, a viabilidade dessa proposta parece ainda mais distante, deixando muitos passageiros apreensivos sobre o futuro do transporte público na região.

