BOPE Investiga Irregularidades Durante Operação e Condena ‘Espólios de Guerra’

Tropa de Elite Promete Rigor na Apuração

Recentemente, imagens de câmeras corporais mostraram policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) levando bens de uma residência durante uma operação no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O BOPE se manifestou em suas redes sociais, garantindo uma investigação minuciosa sobre a conduta dos agentes envolvidos. ‘O BOPE tem plena consciência da gravidade das imagens captadas que evidenciam a apropriação indevida de pertences durante o cumprimento de um mandado de prisão’, afirmou a nota divulgada pela corporação.

Ainda segundo o documento, ‘não compactuamos com desvios de conduta’. O BOPE reforçou que todo evento será tratado de forma rigorosa, destacando a seriedade com que a instituição lida com seu papel de proteção à sociedade. ‘A guerra urbana traz desafios imensos, e a prática de ‘espólio de guerra’ é inaceitável entre uma tropa profissional’, complementou a nota.

Detalhes da Operação em Questão

O incidente ocorreu durante a Operação Caixinha, realizada em 15 de janeiro, que visava desmantelar uma célula do tráfico de drogas. Na ocasião, doze pessoas foram detidas, e três suspeitos, supostamente ligados ao tráfico, foram mortos. A Corregedoria da Polícia Militar já está investigando os policiais filmados e enviou o caso ao Ministério Público, que também atua na Auditoria da Justiça Militar, além de afastar os PMs das atividades externas.

Gravações Reveladoras

Os vídeos, que foram inicialmente divulgados pelo blog True Crime, do jornal O Globo, revelam um grupo de oito policiais revirando a casa e levando diversos itens. Os agentes, visivelmente despreocupados, experimentam perfumes, avaliam roupas de grife e até comentam sobre os valores de tênis de marcas renomadas, como os Nike Shox, que poderiam ultrapassar os R$ 2 mil. Em tom de brincadeira, um deles chegou a dizer: ‘Se estivesse com a viatura, levava a JBL’.

O Alvo da Operação

O foco da operação era a estrutura financeira da facção Comando Vermelho (CV), e entre os alvos estava Fhillip Gregório da Silva, conhecido como Professor, apontado como fornecedor de armas para a facção criminosa. O traficante foi morto em junho, em circunstâncias que levantaram suspeitas de suicídio, após ter sido perseguido pelas autoridades.

Propósito da Missão em Questão

Embora a missão tivesse como objetivo desmantelar atividades criminosas, os comportamentos dos policiais, conforme evidenciado nas gravações, geraram repercussão negativa. Um dos agentes foi filmado tomando uma lata de energético da geladeira, enquanto outros se divertiam com a busca por um videogame. Essas ações, claramente fora do padrão esperado, contradizem a seriedade da operação.

A Resposta da Polícia

A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a investigação já foi concluída e encaminhada ao Ministério Público para análise. O comando da corporação enfatizou que não tolera desvios de conduta e punirá com rigor qualquer crime ou abuso de autoridade. ‘Os agentes envolvidos foram afastados das atividades externas e estão sob supervisão em funções administrativas’, garantiu a nota oficial.

A gravação do incidente foi facilitada devido ao descuido do cabo Leandro Silva Pereira dos Santos, que não desligou a câmera corporal, captando assim todos os momentos acontecidos durante a operação. O episódio destaca a necessidade de maior supervisão e responsabilidade dentro das ações policiais, uma vez que a confiança da sociedade deve ser sempre respeitada.