Capital Inicial Se Apresenta em Cabo Frio Nesta Sexta-Feira com Cachê de R$ 460 Mil

polêmica em Cabo Frio: show do Capital Inicial Agita a Cidade

Nesta sexta-feira, dia 11, às 21h, a renomada banda Capital Inicial subirá ao palco na Praia do Forte, em Cabo Frio. O show, que é gratuito e faz parte do Festival de Inverno, integra a programação do Cabo Frio Moto Rock, que se inicia nesta quinta-feira (10) e se estende até o domingo (13). Segundo informações do Portal da Transparência da Prefeitura, a apresentação terá a duração de 1h30 e custará R$ 460 mil aos cofres públicos.

A divulgação do show foi recebida com grande expectativa nas redes sociais. O prefeito da cidade, Serginho Azevedo, até postou um vídeo divertido cantando uma versão da música “Primeiros Erros” para anunciar o evento. A interação gerou uma enxurrada de comentários a favor do espetáculo. Um dos apoiadores, Leonardo Telles, expressou sua opinião: “Que haja show de nome forte todo fim de semana. Isso vai reabrir os comércios que faliram na beira-mar, incentivando a abertura de mais empreendimentos que dependem do turismo na cidade”.

No entanto, não foram apenas aplausos. Muitas críticas surgiram em relação ao valor do cachê, especialmente em um momento em que a Prefeitura anunciou a possibilidade do fechamento do Colégio Municipal Rui Barbosa devido à falta de recursos para expandir vagas em creches e escolas de ensino fundamental. O professor José Francisco de Moura, conhecido como Chicão, compartilhou sua indignação em seu blog: “Pagaram R$ 460 mil pelo show da banda, mas esta cidade não está em calamidade financeira? O que o Ministério Público tem a dizer sobre esta gastança?”

As redes sociais fervilharam ainda mais com a bronca do maestro Angelo Budega, que criticou o investimento de quase R$ 500 mil em um show, chamando isso de “uma injustiça sócio-cultural e desrespeito com o Ponto de Cultura Projeto Apanhei-te Cavaquinho”, que, segundo ele, não recebe apoio do governo municipal. Budega começou seu projeto há três décadas, buscando levar cidadania musical aos jovens por meio do cavaquinho, um importante símbolo cultural brasileiro.

Outro morador, Carlos Alberto Cardoso Lopes, também se manifestou, dizendo que não vê problema em realizar shows, desde que a cidade esteja em ordem. “Mas gastar dinheiro numa cidade cheia de buracos, como a que temos agora, é vergonhoso. As ruas estão escuras e sem manutenção”, lamentou.

As críticas ao alto cachê continuaram a ser levantadas pelo ex-secretário de Educação, Claudio Leitão, que reiterou: “Estamos em calamidade financeira!”. Ele também mencionou que, segundo produtores de eventos, a Capital Inicial nunca recebeu um cachê tão alto quanto esse.

Contudo, um levantamento feito pela Folha dos Lagos no Portal Nacional de Contratações Públicas revelou que o valor pago por Cabo Frio está aquém do que outras cidades do Brasil estão desembolsando. Por exemplo, a Prefeitura de São Gonçalo do Amarante, no Ceará, pagará R$ 580 mil pelo show da banda durante o Festival do Escargot e Frutos do Mar, marcado para o dia 13 de setembro. Já a Prefeitura de Cajati, em São Paulo, destinará R$ 500 mil para a apresentação da banda no evento “Natal Encantado” em dezembro.

Em comparação, contratos assinados no ano passado revelam valores menores. Em julho de 2024, a Prefeitura de Paranavaí, no Paraná, desembolsou R$ 380 mil para o Capital Inicial se apresentar em sua festa de aniversário. Na mesma época, a Prefeitura de Pedregulho, em São Paulo, pagou R$ 350 mil por uma apresentação na Feira Agropecuária do município, realizada em agosto do ano anterior.