Uma Celebração Cultural de Grande Escala
No último domingo (9), Dourados foi palco da 22ª edição da Japan Fest, evento que celebrou a rica cultura japonesa e as relações diplomáticas de 130 anos entre Brasil e Japão. O governador Eduardo Riedel esteve presente no encerramento da festividade, enfatizando a importância da tradição e da comunidade nipo-brasileira no estado. “É minha primeira vez na Japan Fest em Dourados e estou verdadeiramente impressionado com a grandiosidade da festa e a vibrante presença da comunidade japonesa em nossa região”, afirmou Riedel.
A festa, organizada pela Comissão da Comunidade Nipo-Brasileira de Dourados e Região, teve início na sexta-feira (7) e contou com uma programação diversificada, incluindo música, gastronomia e apresentações artísticas. Destaques como o Bon Odori, karaokê, taiko, danças e artes marciais foram algumas das atrações que encantaram os participantes.
Nélio Kurimori, presidente da associação organizadora, ressaltou a importância do apoio governamental para a realização do evento. “Trabalhamos juntos pela união da sociedade. O suporte do Governo do Estado é essencial para o sucesso desta festa, e somos gratos por essa parceria”, declarou Kurimori.
Reforçando Laços Históricos
A Japan Fest não é apenas um evento festivo, mas uma oportunidade de fortalecer os laços históricos e culturais entre Brasil e Japão. O governador Riedel mencionou a recente visita da princesa Kaku ao estado e suas iniciativas para incrementar as relações comerciais, afirmando: “Estamos cada vez mais próximos do Japão. Recentemente, estive lá para abrir novas oportunidades de mercado para Mato Grosso do Sul, e a futura Rota Bioceânica irá aproximar ainda mais nossas nações”.
Um Breve Olhar sobre a Imigração Japonesa
A imigração japonesa no Brasil começou em 1908, quando o navio Kasato Maru chegou ao Porto de Santos, trazendo 781 imigrantes. Após uma longa viagem de 52 dias, esses pioneiros chegaram ao Brasil para trabalhar nos cafezais do oeste paulista. Contudo, as duras condições de trabalho levaram muitos a buscar oportunidades em Mato Grosso do Sul, onde, durante a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, alguns imigrantes decidiram se estabelecer.
Entre 1914 e 1922, muitos desses imigrantes que participaram da construção da ferrovia fixaram residência em Campo Grande, engajando-se no setor alimentício e na produção de hortifrutigranjeiros. Outros chegaram por rotas que incluíam a região de Santos, Ana Dias (SP) e a Bacia do Rio Paraguai, alcançando Porto Esperança, em Corumbá.
Os anos iniciais no Brasil foram desafiadores, enfrentando barreiras linguísticas e culturais, diferenças climáticas e alimentares, além do preconceito. Contudo, a determinação dos imigrantes foi fundamental para sua adaptação e prosperidade. Nesse cenário, surgiram as primeiras associações regionais conhecidas como Kenjinkai, criadas para oferecer apoio mútuo e preservar a identidade cultural dos imigrantes.

