A Vitória de Denize Alvarenga e a Chapa 3
No recente pleito que ocorreu entre os dias 24 e 27 de junho, a Chapa 3, conhecida como Sepe na Luta Educadora, conquistou impressionantes 83% dos votos válidos, assegurando a continuidade da professora Denize Alvarenga na coordenação do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro, núcleo Lagos (Sepe Lagos). Essa vitória não apenas firma sua liderança até 2028, mas também simboliza a confiança dos educadores em sua gestão, já que ela já havia sido eleita para o mandato anterior, que abrangeu 2022 a 2025.
Em números, a Chapa 3 obteve 341 votos, enquanto a Chapa 12, Sepe no Chão da Escola, recebeu 39 votos (aproximadamente 9%), e a Chapa 01, Por um Sepe Independente de Governos, alcançou 24 votos, cerca de 6%. Vale ressaltar que também foram registrados dois votos em branco e dois nulos.
Denize Alvarenga compartilhou com a Folha que a grande diferença de votos revela “o reconhecimento da maioria dos trabalhadores sindicalizados das escolas públicas ao esforço, à coerência e ao compromisso da atual direção majoritária do Sepe Lagos com a luta da categoria”.
Segundo ela, “nossa chapa tem um histórico de presença nos protestos, assembleias e mesas de negociação. Desde que nos tornamos maioria em 2018, temos nos empenhado incansavelmente na valorização dos profissionais da educação e na defesa da escola pública. Organizamos greves significativas, garantimos conquistas, enfrentamos os desafios impostos pela pandemia e ampliamos os espaços de participação com assembleias frequentes e abertas.”
Desafios e Prioridades para o Novo Mandato
Denize apontou que a composição da Chapa 3 combina a experiência de líderes sindicais com a renovação de novos integrantes, o que, segundo ela, fortalece a capacidade de mobilização em prol dos desafios enfrentados nas escolas. “Mesmo frente aos ataques de setores alinhados ao governo ‘Serginho’ e à mídia, os profissionais reafirmaram que desejam um sindicato independente e combativo”, declarou.
Em entrevista, a coordenadora reeleita enfatizou o papel do sindicatos na denúncia das condições precárias nas escolas, que incluem problemas estruturais, falta de manutenção, climatização inadequada, alimentação escolar de baixa qualidade e escassez de materiais e pessoal. “Ainda enfrentamos o aumento de casos de adoecimento entre os profissionais e estamos cobrando a aplicação efetiva da Lei 2.891/2017, que visa prevenir o assédio moral na administração municipal”, afirmou.
Quando questionada sobre as principais prioridades de sua gestão, Denize destacou a valorização salarial como o principal foco. “Estamos há três anos sem reajustes, mesmo com a inflação aumentando rapidamente. É inadmissível que existam profissionais da educação com salários abaixo do mínimo nacional. Nossos objetivos incluem a recomposição das perdas salariais e o cumprimento do Piso Nacional.”
Ela complementou que a unidade entre diferentes setores do funcionalismo é essencial, mas ressaltou que o Sepe não cruzará os braços enquanto essa unidade não se concretiza. “A mobilização é crucial, e continuamos a pressionar e a denunciar o descaso do governo.”
O Caminho a Seguir e o Diálogo com o Governo
Denize também se comprometeu a enfrentar qualquer tentativa de terceirização dos serviços educacionais, reafirmando a necessidade de uma escola pública de qualidade, com profissionais bem remunerados. Ela ressaltou a importância de convocar os aprovados em concursos, pondo um fim à precarização do trabalho educacional.
A coordenadora comentou que, desde janeiro, o Sepe Lagos tem solicitado audiências ao prefeito e ao secretário de Educação sem receber retorno. “Enquanto interesses privados encontram acesso ao governo, os servidores e as comunidades escolares são ignorados. O diálogo institucional está bloqueado há quase 180 dias, mas mantemos nossa comunicação com a categoria e a sociedade aberta, sempre dispostos ao diálogo respeitoso sobre as demandas reais da educação”, concluiu.