Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Aceita Denúncia
Uma decisão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro resultou na transformação da deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros, conhecida como deputada Lucinha, e sua ex-assessora parlamentar Ariane Afonso Lima em rés em um processo criminal. O Ministério Público do estado apresentou uma denúncia que foi formalmente aceita no dia 15 de outubro.
A investigação aponta um possível envolvimento de ambas com a milícia conhecida como “Bonde do Zinho” ou “Família Braga”, que atua em diversas comunidades da zona oeste da capital fluminense. Segundo os documentos, Lucinha e Ariane teriam proporcionado suporte político a esse grupo criminoso ao compartilhar informações privilegiadas sobre as agendas oficiais do prefeito Eduardo Paes, em julho de 2021. Essa colaboração, de acordo com os promotores, teria permitido que os membros da milícia se retirassem das ruas em áreas sob seu domínio.
Influência nas Autoridades Municipais
Além das acusações de repasse de informações, as duas envolvidas também são acusadas de tentar influenciar autoridades municipais para manter a chamada “Brecha da P5” no sistema de transporte alternativo. Essa manobra favoreceu os lucros da organização criminosa ao permitir que operassem em rotas proibidas.
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O Ministério Público detalha ainda que as acusadas recebiam informações sigilosas da milícia acerca de investigações em andamento, com o intuito de influenciar as apurações oficiais. Em novembro de 2021, surgiram indícios de que Lucinha teria auxiliado integrantes do “Bonde do Zinho” que foram presos em flagrante, tentando interceder pela liberação dos detidos.
Encontros Regulares com Líderes do Crime Organizado
O processo destaca que, entre junho de 2021 e março de 2022, as acusadas teriam participado de reuniões regulares com lideranças do grupo miliciano, incluindo Zinho. Essas reuniões ocorriam aproximadamente duas vezes por mês e tinham como objetivo planejar interferências na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Durante o período de 2021 a 2023, Lucinha também nomeou para seu gabinete pessoas que tinham ligações ou parentesco com integrantes da organização criminosa.
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Repercussões da Operação da Polícia Federal
No final de 2023, uma operação da Polícia Federal expôs conexões entre a deputada e a milícia da zona oeste, resultando no afastamento temporário de Lucinha do cargo. No entanto, ela foi reintegrada à Alerj após votação favorável dos deputados estaduais. Agora, tanto Lucinha quanto Ariane responderão pelo artigo 288-A do Código Penal, conforme a Lei 12.850/12, que versa sobre a constituição de milícia privada, podendo enfrentar penas de cinco a dez anos de prisão, multa e até mesmo perda da função pública.

