Coronel José Maria de Oliveira defende a PM contra politicagem
O que leva um representante público a agir de maneira tão contraproducente, causando um desserviço à sociedade que deveria proteger? É, no mínimo, um cinismo, quando um político, conhecedor das dificuldades enfrentadas pelos órgãos responsáveis pela segurança pública, faz críticas que mais desestabilizam do que constroem. Com um ataque sorrateiro, o que se espera é uma reação que, por vezes, não pode ser antecipada.
Durante a sessão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), realizada em 23 de setembro, o presidente da Casa, deputado Rodrigo Bacellar, proferiu uma série de críticas contundentes à política de segurança pública tanto do Estado quanto do Município. As palavras de Bacellar também se dirigiram ao Comandante Geral da Polícia Militar, Coronel Marcelo de Menezes Nogueira, a quem se referiu de maneira pejorativa, chamando-o de “Labubu do Governador”, fazendo alusão aos chaveirinhos de pelúcia que viraram moda. “Está na hora de retirar a farda bonita e ir às ruas acompanhar as operações”, afirmou Bacellar.
A Associação de Oficiais Militares Estaduais do Rio de Janeiro (AME/RJ) não hesitou em se manifestar publicamente sobre essa situação lamentável. O coronel José Maria de Oliveira, presidente da AME/RJ, expressou sua surpresa e indignação pelo discurso desqualificador que prejudica a imagem de uma força que há mais de dois séculos atua em prol da segurança da população. Em sua declaração, ele destacou não apenas a importância da Polícia Militar, mas também o respeito que os seus membros merecem.
A declaração da AME/RJ reafirma o apoio irrestrito à Polícia Militar do Estado do Rio e faz um apelo à dignidade da instituição. “O deputado Bacellar excedeu os limites do respeito institucional e da ética parlamentar. Sua fala, além de desrespeitosa, fere a honra de 42 mil guerreiros e guerreiras que há 216 anos oferecem suas vidas para defender a sociedade”, ressaltou o coronel Oliveira.
O desrespeito contra os policiais militares, especialmente quando proveniente de autoridades públicas que deveriam promover um exemplo de conduta, não pode ser tolerado. É imprescindível que as lideranças políticas se dediquem verdadeiramente a solucionar os problemáticas que afetam a segurança pública, em vez de utilizar suas plataformas para deslegitimar o trabalho dos que estão na linha de frente.
O coronel questionou diretamente Bacellar sobre o que realmente está sendo feito para atender as demandas que envolvem a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar. Ele lembrou da necessidade de ações efetivas para a implementação dos direitos previstos em lei para veteranos e pensionistas, um tema que parece ter sido negligenciado ao longo dos últimos anos, mesmo diante de uma ação judicial movida pelo Ministério Público.
Recentemente, o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Deputado Federal Guilherme Derrite, assumiu a relatoria do Projeto de Lei 1283/2025, que propõe classificar facções criminosas como terroristas. Essa iniciativa é louvável em um contexto em que a legislação brasileira, com frequência, parece não ser suficiente para enfrentar o crime organizado que atua de forma cada vez mais violenta e audaciosa.
As palavras do coronel José Maria de Oliveira ressoam entre os integrantes da AME/RJ, que esperam um posicionamento mais firme da Alerj em relação a propostas que visem endurecer as penas para líderes de facções criminosas, além de medidas que possam conter a crescente insegurança que aflige a população.
A luta pela valorização e pelo respeito aos profissionais que compõem a Polícia Militar é constante e vital. O coronel solicita que a voz de Bacellar na Alerj seja utilizada para promover mudanças significativas e que honrem a memória e o sacrifício dos que servem e protegem a sociedade. O trabalho do Coronel Marcelo de Menezes, assim como de muitos outros, deve ser tratado com a dignidade que merece, longe de ataques políticos que visam apenas o ganho de capital político, em detrimento da honra e do comprometimento de uma instituição essencial para a ordem pública.
José Maria de Oliveira – CEL PM
Presidente da AME/RJ.