Escândalo de Corrupção Envolvendo o Antigo Ministro
A justiça cubana condenou Alejandro Miguel Gil Fernández à prisão perpétua, após considerá-lo culpado de espionagem em um dos casos de corrupção mais notorios da história recente do país. O tribunal afirmou que o ex-ministro abusou de suas funções para obter vantagens pessoais, envolvendo-se em atos ilícitos como receber pagamentos de empresas estrangeiras e subornar outros servidores públicos para legalizar a aquisição de bens.
O comunicado oficial do tribunal destaca a gravidade das ações de Gil, que se aproveitou de sua posição para enriquecer individualmente, comprometendo a integridade do sistema público cubano. Em um segundo julgamento, ele foi novamente considerado culpado, enfrentando acusações adicionais que incluem suborno, falsificação de documentos públicos, tráfico de influência e sonegação fiscal.
Leia também: Ex-ministro da Economia de Cuba Recebe Pena de Prisão Perpétua por Corrupção
Fonte: odiariodorio.com.br
Por essas novas condenações, Gil recebeu uma pena adicional de 20 anos, que será cumprida em simultaneidade com a sentença anterior. A situação gera uma onda de indignação entre os cubanos, que veem no caso uma evidência da corrupção arraigada nas esferas mais altas do governo.
Gil, que até pouco tempo atrás era um dos mais próximos assessores do presidente Miguel Díaz-Canel, viu sua reputação ruir após a revelação do escândalo no início de 2024. Ele foi um dos principais responsáveis pela reforma monetária em 2021, que culminou na substituição do peso conversível por uma moeda virtual. Uma reforma que, segundo críticos, contribuiu significativamente para a crise econômica que afeta Cuba desde o início da década de 2020, caracterizada por uma inflação alarmante e escassez de produtos básicos.
Este episódio marca um dos momentos mais críticos da política cubana, sendo comparado ao caso de 1989, quando o General Arnaldo Ochoa, uma figura proeminente da Revolução de Fidel Castro, foi executado por um pelotão de fuzilamento por envolvimento com o tráfico de drogas. A condenação de Gil não apenas reflete a luta interna contra a corrupção, mas também levanta questões sobre a estabilidade política do regime cubano frente a desafios econômicos e sociais.