Condenação Histórica em Cuba
O ex-ministro da Economia de Cuba, Alejandro Gil, de 61 anos, foi sentenciado à prisão perpétua em um tribunal cubano, sendo considerado culpado por espionagem e uma série de delitos econômicos. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira (8) pelo Supremo Tribunal de Cuba, que não detalhou as acusações específicas nem o país ou entidade alvo de sua suposta espionagem.
Segundo o comunicado oficial, Gil é acusado de “crimes de espionagem” e de “atos em prejuízo da atividade econômica”. A corte também se absteve de divulgar informações sobre o conteúdo do processo, que desde o início foi mantido sob um rigoroso sigilo. As evidências apresentadas incluem suborno, furto, manipulação de documentos oficiais e violação das normas de proteção de informações sigilosas.
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A decisão judicial também apontou que o ex-ministro teria destruído documentos e disponibilizado informações ao que foi descrito como “o inimigo”. Adicionalmente, a corte alegou que Gil usou sua posição para beneficiar-se financeiramente, recebendo pagamentos de empresas estrangeiras e subornando funcionários para facilitar a aquisição de bens.
Além da condenação perpétua, Gil recebeu uma pena adicional de 20 anos por outro processo relacionado a suborno, tráfico de influência e evasão fiscal. Ambas as condenações ocorreram em um tribunal no oeste de Havana e foram consumadas em um contexto de total sigilo.
Alejandro Gil ocupou o cargo de ministro da Economia de 2018 até 2024, período em que se destacou por implementar uma das reformas monetárias mais ambiciosas e polêmicas da história recente de Cuba. Contudo, as mudanças promovidas por ele foram amplamente criticadas por seu impacto negativo em uma economia já fragilizada.
O ex-ministro foi demitido pelo presidente Miguel Díaz-Canel em fevereiro de 2024 e, desde então, sua ausência em público gerou especulações sobre seu destino até o início dos processos judiciais.
Este caso é considerado um marco no combate à corrupção em Cuba, sendo o mais relevante desde 1989, quando o general Arnaldo Ochoa, uma figura histórica da Revolução Cubana de 1959, foi julgado e executado por tráfico de drogas. Em Cuba, as penas para crimes de espionagem variam entre 10 e 30 anos, mas podem chegar à prisão perpétua ou até mesmo à pena de morte, dependendo da gravidade do delito.
A agência de notícias Reuters tentou estabelecer contato com Alejandro Gil e seus advogados, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O ex-ministro agora terá um prazo de dez dias para apelar das sentenças, sendo que, para a pena de prisão perpétua, a legislação cubana assegura um recurso automático, o que implica na realização de um novo julgamento.

