Um Deputado em Conflito
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) se tornou o centro das atenções na política brasileira ao ocupar a cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e ser retirado à força na última terça-feira, 9. Ele enfrenta agora um processo de cassação que apura suas condutas na Casa Legislativa.
Braga, conhecido por não medir palavras, já se referiu a Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, como ‘gângster’, e ao ex-ministro da Justiça Sérgio Moro como ‘juiz ladrão’. Recentemente, ele chamou o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de ‘bandido’. Essa última declaração, segundo o parlamentar, foi um dos fatores que contribuíram para a aprovação de sua cassação pelo Conselho de Ética em abril deste ano.
Conflito com a Polícia Legislativa
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Nesta última terça-feira, durante uma sessão em que presidia, Glauber criticou a disparidade de tratamento da Câmara em relação a ele e aos deputados bolsonaristas, como Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que permanecem em seus cargos apesar de enfrentarem condenações e investigações. Após ser expulso de sua cadeira, ele se manifestou: ‘Eu vou me manter aqui, firme, até o final dessa história’.
O Conselho de Ética, em uma votação que terminou em 13 votos a cinco pela cassação, fundamentou sua decisão em um episódio em 2024, quando Glauber foi flagrado expulsando um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) da Câmara de forma agressiva, utilizando chutes.
Postura Combativa e Críticas Rigorosas
Glauber Braga, empossado pela primeira vez em 2009, é amplamente reconhecido por sua postura combativa e por suas críticas contundentes a adversários políticos. O deputado já foi alvo de cinco representações no Conselho de Ética, evidenciando o seu histórico controverso na política. Após o incidente com o influenciador Gabriel Costenaro, ele acusou Lira de operar nos bastidores para sua cassação, alegando que suas repetidas críticas ao presidente da Câmara o tornaram um alvo.
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Durante as sessões do Conselho, enquanto seu caso estava em julgamento, ele não hesitou em reiterar suas acusações contra Lira, chamando-o de ‘bandido’. Em uma ocasião anterior, em 2024, já havia recebido uma recomendação de censura verbal do Conselho, mas os outros processos contra ele foram arquivados.
Desafios na Trajetória Política
Em 2022, Glauber foi reeleito para seu quinto mandato, utilizando sua vitória como um argumento contra as tentativas de intimidação por parte de Lira. ‘Eu já disse aqui e vou repetir ao senhor deputado Arthur Lira: eu volto à Câmara dos Deputados com aproximadamente o dobro da votação que tive há quatro anos’, declarou, evidenciando sua base de apoio no Rio de Janeiro.
A trajetória de Glauber na política começou em 2009, quando substituiu Jorge Bittar (PT-RJ). Inicialmente membro do PSB, ele se mudou para o PSOL em 2016, em discordância com a aliança do partido com o MDB no Rio. Ele chegou a liderar o PSOL na Câmara por um ano, em 2017.
Ativismo e Ações Políticas
Braga é conhecido por sua forma direta de se comunicar, e sua retórica já lhe rendeu críticas e processos. Durante o governo de Jair Bolsonaro, ele se destacou como um dos principais opositores, sendo lembrado por ter chamado Sérgio Moro de ‘juiz ladrão’, o que levou à abertura da primeira representação contra ele no Conselho de Ética. Ele provocou a Câmara ao afirmar: ‘Quer ingressar no Conselho de Ética? É uma prerrogativa do seu partido’.
Com uma vida pessoal que inclui a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e um filho pequeno, Glauber chegou a fazer uma greve de fome por nove dias após saber sobre sua possível cassação. Durante esse período, ele permaneceu no plenário de uma comissão da Câmara, restringindo sua alimentação a água e isotônicos. Ele mesmo admitiu que o amor por seu filho foi um fator que pesou em sua decisão de se manter forte durante esse processo.

