Mudanças na Legislação e Aumento de Investimentos
A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (15) um projeto que desvincula gastos temporários com saúde e educação financiados pelo Fundo Social dos limites do arcabouço fiscal. Agora, o texto segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa é uma medida significativa, pois permite um aumento nos investimentos nessas áreas essenciais sem pressionar as despesas discricionárias do governo.
O arcabouço fiscal, que substituiu o antigo teto de gastos, apresenta como um de seus principais pilares a limitação do crescimento das despesas públicas. De acordo com as novas diretrizes, as despesas podem crescer acima da inflação, desde que respeitem uma margem de 0,6% a 2,5% de crescimento real ao ano. A aprovação do projeto é vista como um passo importante para melhorar a qualidade dos serviços públicos em saúde e educação.
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Recentemente, uma lei sancionada em julho autorizou a destinação de 5% dos recursos do Fundo Social para programas de educação e saúde ao longo dos próximos cinco anos. Contudo, na prática, esses gastos eram considerados nas contas do governo, resultando em uma pressão sobre o orçamento destinado a outras áreas. O autor do projeto, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), defendeu que para que os investimentos em saúde e educação sejam eficazes, eles precisam estar fora dos limites do arcabouço fiscal.
Ele destacou que, considerando que os aportes anuais no Fundo Social são em torno de R$ 30 bilhões, isso permitirá um acréscimo de cerca de R$ 1,5 bilhão por ano para educação e saúde durante o período mencionado. “Se esse valor não for contingenciado e sem a abordagem deste PLP, esse R$ 1,5 bilhão adicional pode levar à compressão de gastos discricionários”, justificou o parlamentar.
Alterações no Projeto e Debate Público
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Fonte: odiariodorio.com.br
Vale ressaltar que a proposta já havia sido aprovada anteriormente pela Câmara, mas passou por nova análise após os senadores realizarem alterações no texto original. O relator da proposta, deputado José Priante (MDB-PA), aceitou todas as modificações sugeridas pelo Senado. Em suas palavras, essa nova versão aprimora aspectos do texto que foi inicialmente redigido pela Câmara, apesar das supressões que não prejudicam o objetivo final da proposta.
Entretanto, uma das alterações que gerou controvérsia foi a exclusão do dispositivo que retirava do arcabouço fiscal as despesas financiadas por empréstimos internacionais. Este ponto foi criticado pela oposição, que alegou que a medida visava beneficiar o governo ao excluir do limite de gastos os empréstimos destinados à compra de caças Gripen da Suécia.
Impactos nas Contas Públicas e Expectativas Futuras
Com a nova aprovaçã, o Fundo Social continuará recebendo anualmente R$ 30 bilhões em aportes, o que, de acordo com a legislação sancionada em julho, garante um investimento anual de R$ 1,5 bilhão em educação e saúde pelos próximos cinco anos. Além disso, o projeto também retira esses investimentos do cálculo da meta fiscal do governo.
Para 2025, a expectativa do governo é que as contas públicas apresentem um déficit de R$ 73,5 bilhões. Essa previsão já acende um sinal de alerta sobre a necessidade de um planejamento fiscal mais eficiente e sustentável. Com a flexibilização das regras do arcabouço fiscal, as expectativas sobre a melhoria nos serviços de saúde e educação aumentam, mas os desafios orçamentários permanecem.

