Ex-Coordenador do MTST e Aliado de Lula
Guilherme Boulos, ex-coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), foi nomeado por Luiz Inácio Lula da Silva como o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Com 43 anos, Boulos tem se posicionado como um defensor da maior interlocução do governo com evangélicos e trabalhadores de aplicativos. Ele já deixou claro ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol) que não pretende se candidatar nas eleições de 2026, optando por se concentrar em seu papel no governo até o fim do mandato de Lula. Em 2022, Boulos teve uma performance destacada, sendo o deputado mais votado de São Paulo. Para a próxima eleição, espera-se que ele desempenhe um papel crucial na campanha de reeleição do presidente.
Essa mudança no ministério marca a 13ª alteração feita por Lula em sua equipe. A publicação oficial da nomeação deverá ocorrer no Diário Oficial nesta terça-feira (21). A decisão de nomear Boulos foi discutida entre Lula e o ex-ministro Márcio Macêdo, que pediu demissão para se preparar para as eleições de 2026.
Um Passado de Proximidade com Lula
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Márcio Macêdo, que foi ministro desde o início do governo, se reuniu com Lula na noite de segunda-feira, depois de meses de especulações sobre sua saída. Considerado um aliado próximo de Lula, Macêdo atuou como vice-presidente e tesoureiro nacional do PT. Durante a prisão do petista em 2018, ele foi fundamental no apoio aos acampamentos instalados em Curitiba, demonstrando sua lealdade Política.
No entanto, a atuação de Macêdo à frente da Secretaria-Geral foi alvo de críticas. Aliados de Lula apontaram um suposto distanciamento do presidente em relação aos movimentos sociais, que são uma das principais atribuições dessa pasta. A ausência de Lula em eventos como o Dia do Trabalhador neste ano, além de críticas sobre a baixa participação de militantes, culminaram em sua saída do ministério.
Boulos: Uma Nova Esperança para a Esquerda
Com a nomeação de Boulos, Lula espera fortalecer sua ligação com a esquerda brasileira. Desde as manifestações de 2013, Boulos tem se destacado como uma figura proeminente, representando a esquerda nas ruas. Ele foi um dos principais responsáveis por mobilizar a base social em apoio a Dilma Rousseff durante o impeachment e também no processo que levou à prisão de Lula.
Além de sua atuação política, Boulos disputou a presidência em 2018 e esteve presente na campanha de Lula em 2022. Na eleição municipal de 2020, ele foi candidato à Prefeitura de São Paulo e, apesar do apoio de Lula, acabou perdendo para Ricardo Nunes (MDB), que recebeu o apoio de Jair Bolsonaro (PL).
Perfil Acadêmico e Desafios à Frente do Ministério
Formado em Filosofia e com mestrado em Psiquiatria pela Universidade de São Paulo (USP), Boulos lançou recentemente o livro “Pra onde vai a esquerda?”, no qual analisa o crescimento da direita no Brasil e os desafios para os progressistas. Lula já tentou, sem sucesso, integrar Boulos ao PT, mas agora, como ministro, ele tem a oportunidade de influenciar diretamente políticas públicas.
A nomeação de Boulos não foi bem recebida por todos. Dentro do Psol, algumas alas defendem uma postura mais independente em relação ao governo, enquanto no PT, há reclamações sobre a diminuição do espaço do partido na administração. Movimentos populares expressam preocupação com o destaque do MTST sob a liderança de Boulos, temendo uma possível marginalização de outras vozes no ministério. Em resposta, Boulos promete estabelecer um diálogo aberto com diversas lideranças políticas e de movimentos sociais.
A presidente nacional do Psol, Paula Coradi, emitiu uma declaração favorável à nomeação. Segundo ela, a entrada de Boulos no ministério será crucial para organizar novas mobilizações sociais que visem defender a agenda do povo brasileiro e combater as ações da extrema-direita e do Centrão.