Inocência em meio à tragédia
A esposa de Matheus Castôr, conhecido como Baiano, que foi assassinado a tiros em São Pedro da Aldeia na última segunda-feira (4), defende a inocência de seu marido, afirmando que ele foi alvo de uma execução equivocada. Estela Pires, sua esposa, sustenta que Matheus, de 29 anos, era um homem trabalhador e um pai dedicado, sem qualquer envolvimento com atividades ilícitas. “Ele não era bandido, apenas um trabalhador”, enfatiza Estela, que acrescenta que a família acredita que Matheus foi confundido com outra pessoa, identificada como Rômulo, que foi morto momentos depois a cerca de 500 metros do local do crime.
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Segundo Estela, o inspetor responsável pela investigação reconheceu no local que Matheus não possuía antecedentes criminais, após verificar sua ficha policial. Apesar disso, informações errôneas sobre sua suposta ligação com o tráfico de drogas foram divulgadas, o que a esposa contesta apresentando documentos que comprovam sua inocência. “Meu marido apenas era trabalhador, um homem bom e sorridente que se dedicava à família”, lamenta.
Conhecido na comunidade do Parque Estoril, Matheus tinha um bom relacionamento com os vizinhos e estava comemorando uma nova fase em sua vida com a compra de uma casa ao lado de Estela. Enquanto recebia Seguro Desemprego e procurava uma nova oportunidade de trabalho, ele vendia trufas para ajudar a sustentar a família. O caderno de anotações encontrado com ele, que foi erroneamente interpretado como um registro de tráfico, na verdade continha apenas informações sobre vendas de trufas. Estela conta que a filha do casal, ao ler as notícias que rotulavam Matheus como traficante, ficou profundamente triste. “Ele estava prestes a completar 30 anos e estava muito feliz com a nova casa”, desabafa.
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No dia do crime, Matheus saiu de casa para comprar carne para o jantar, mas acabou sendo atingido por disparos. “Recebi a notícia de que meu marido havia sido morto a tiros. Ele não merecia isso. Meu marido era um trabalhador que ajudava todos ao seu redor. Não posso permitir que ele seja lembrado como bandido. A cor da pele dele não determina seu caráter”, afirma Estela, visivelmente abalada.
Ela também relata que a bolsa com as anotações, o celular de Matheus e até a carne que ele havia comprado desapareceram da cena do crime. A situação é ainda mais complexa para a família, pois eles têm dois filhos, um adolescente de 14 anos e uma menina de 9 anos, que estão bastante afetados emocionalmente pela tragédia. A menina chegou a escrever uma carta para o Dia dos Pais, e a tensão aumentou com o pai biológico da caçula, que ameaça entrar com um pedido de guarda da criança.
A 125ª Delegacia de Polícia está investigando o caso, enquanto a família luta por justiça e pela memória de Matheus. “Ele era um homem honesto, e não vou deixar que o que aconteceu o transforme em uma estatística de criminalidade”, conclui Estela, determinada a esclarecer os fatos e honrar a memória de seu marido.