Onda de Calor e Seus Efeitos na Saúde dos Cariocas
A cidade do Rio de Janeiro está enfrentando uma severa onda de calor que já resultou em um aumento significativo nos atendimentos de saúde. Com temperaturas ultrapassando os 40°C, as unidades de saúde pública registraram um pico de quase 450 atendimentos diários nos últimos três dias. Esse cenário alarmante leva a capital fluminense a se encontrar em Estágio 3 de alerta, que sinaliza temperaturas elevadas e persistentes. Os sintomas mais comuns observados, como tontura, fraqueza e desmaios, revelam os riscos da exposição prolongada e da desidratação. As autoridades estão emitindo avisos sobre a gravidade da situação e reforçando a importância de medidas preventivas para proteger a população dos impactos adversos do clima extremo.
Impactos da Onda de Calor na Saúde Pública do Estado
A intensidade das altas temperaturas está pressionando o sistema de saúde no Rio de Janeiro. Nos dias 23, 24 e 25 de dezembro, a rede de urgência municipal contabilizou 1.347 atendimentos relacionados a problemas de saúde provocados pelo calor, resultando em uma média de quase 450 ocorrências por dia. Essa estatística alarmante evidencia a vulnerabilidade da população diante dos extremos climáticos. Os casos mais frequentes que chegam às unidades de saúde incluem tontura, fraqueza, desmaios e até queimaduras solares, especialmente após longos períodos expostos ao sol nas praias e em áreas abertas da cidade.
O alerta se estende por todo o estado. Entre os dias 20 e 25 de dezembro, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em diversos municípios fluminenses realizaram 942 atendimentos relacionados a sintomas causados pelo calor excessivo. A cidade do Rio de Janeiro, em particular, entrou em Estágio 3 de calor desde a véspera de Natal. Esse nível é caracterizado por temperaturas que variam entre 36°C e 40°C, com previsão de manutenção ou aumento por, pelo menos, três dias seguidos. Atualmente, a expectativa é de que os termômetros alcancem 40°C nesta sexta-feira, com possibilidade de atingir 41°C no domingo. A permanência no Estágio 3 é crucial para orientar a população e mobilizar os serviços de emergência. A situação é ainda mais complicada devido a um bloqueio atmosférico que impede a dissipação do calor, estendendo o alerta para outros oito estados brasileiros.
Desafios e Adaptações no Cotidiano dos Cariocas
Viver sob o sol escaldante impõe desafios grandes para os cariocas, alterando a rotina de muitos e, ao mesmo tempo, criando oportunidades para alguns. Para trabalhadores que dependem do trabalho nas ruas, essa jornada se torna extenuante. José Otávio do Amaral Furtado é um exemplo; ele vende garrafinhas de água mineral e sacos de gelo na movimentada Central do Brasil. “Trabalhar com essas temperaturas é muito cansativo, é um verdadeiro massacre”, desabafa, enquanto observa seus produtos derretendo rapidamente sob o calor intenso.
A população idosa e outras categorias vulneráveis adotam estratégias para se proteger. Luiza Helena da Cruz, de 69 anos, usa uma sombrinha como proteção contra os raios solares enquanto caminha. “Bebo bastante água e evito sair ao sol sem necessidade. Fico em casa o máximo possível”, relata, mostrando como mudanças de hábitos se tornaram essenciais neste período.
Por outro lado, as praias se tornaram um refúgio para muitos. Na Zona Sul, calçadões e areias estão lotados de cariocas e turistas em busca de alívio. Para vendedores como Emily Vieira Freire, que atua em uma barraca de açaí na praia do Arpoador, essa movimentação é lucrativa: “As vendas estão ótimas, mas esse calor é um desafio constante”, admitiu.
Orientações Importantes para Enfrentar o Calor Intenso
Com a continuidade do calor extremo, a prefeitura do Rio de Janeiro reforça recomendações essenciais para a população. A hidratação se destaca como a medida preventiva mais importante: aumentar o consumo de água e sucos de frutas naturais, mesmo sem sentir sede. Além disso, é aconselhável optar por alimentos leves, como frutas e saladas, e usar roupas frescas e claras para ajudar o corpo a regular a temperatura. Evitar bebidas alcoólicas e açucaradas, que podem agravar a desidratação, é fundamental. A exposição ao sol deve ser limitada, especialmente entre 10h e 16h, quando a intensidade dos raios UV é mais alta. Em caso de mal-estar, tontura ou outros sintomas relacionados ao estresse térmico, é vital buscar atendimento médico imediatamente. A conscientização e a adoção dessas práticas são essenciais para proteger a saúde de cariocas e visitantes durante essa onda de calor prolongada.

