Movimento de Resistência em Cabo Frio
A manhã desta quinta-feira (24) trouxe um clima de apreensão em Cabo Frio, com a realização de um protesto em resposta à reintegração de posse de um imóvel situado na Avenida Júlia Kubitschek, próximo à Fonte do Itajuru. Desde o ano passado, o local é ocupado pelo movimento Inês Etienne Romeu e serve como abrigo para mulheres em situação de vulnerabilidade social, tornando-se um símbolo de resistência na região. A equipe do RC24h está presente no local, acompanhando os desdobramentos da situação ao vivo.
Desde o início do dia, um grupo de manifestantes organizou um protesto pacífico em frente ao imóvel, visando impedir a desocupação forçada. Mulheres associadas ao movimento posicionaram-se na entrada, segurando faixas e cartazes que pedem a suspensão da ordem e a abertura de um diálogo com as autoridades locais.
Tensão Aumenta com a Chegada das Autoridades
À medida que as horas avançavam, o ambiente tornou-se cada vez mais tenso com a chegada de diversas forças de segurança e representantes do governo. No local, estão presentes agentes da Secretaria de Ordem Pública, policiais militares, guardas municipais, integrantes da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU) e procuradoras da Justiça, além do próprio secretário de Ordem Pública, que está supervisionando a operação.
A reintegração foi autorizada após a Prefeitura alegar que o imóvel, avaliado em aproximadamente R$ 1 milhão, foi desapropriado com o intuito de ampliar o parque municipal, garantindo a preservação ambiental e o uso comunitário do espaço. Em um vídeo divulgado na quarta-feira (23), o prefeito Dr. Serginho (PL) mencionou que a entidade ocupante havia sido notificada previamente para desocupar o local de forma voluntária, mas recusou-se a fazê-lo, o que levou à continuidade da ação judicial.
O Papel Social do Movimento Inês Etienne Romeu
Por outro lado, o movimento Inês Etienne Romeu argumenta que o imóvel desempenha uma função social vital ao acolher mulheres em situação de risco e tem buscado diálogo com as autoridades desde que recebeu a notificação sobre a reintegração. Um dos principais pedidos das manifestantes é que o espaço continue a ser utilizado com fins sociais e com a participação ativa dos movimentos populares.
Na última segunda-feira (21), durante a V Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, que contou com a presença do governador Cláudio Castro (PL), o grupo já havia realizado um protesto pacífico em busca de diálogo.
Leia também: “Magdala ressalta: ‘Preço na política não é aceitável’ durante comício no Centro de Cabo Frio”
Expectativas e Desdobramentos Futuro
Apesar da mobilização e do protesto pacífico, a ação de desocupação continua em andamento, acompanhada por um forte esquema de segurança. A tensão persiste e a expectativa é que a movimentação se prolongue ao longo do dia, à medida que as duas partes tentam encontrar uma solução para a questão do imóvel.