O Impacto do Turismo na Economia do Mar
O encantador mar azul de Pajuçara, com suas jangadas que partem rumo à pesca, tem se revelado um elemento essencial na dinâmica econômica de Alagoas. Com um impressionante fluxo de R$ 2,8 bilhões anualmente, o turismo se destaca como um dos pilares da Economia do Mar no estado. Nos próximos anos, a previsão de inauguração de 12 novos hotéis até 2026, parte de um total de 22 empreendimentos em construção, reflete o crescimento vibrante do setor e suas promissoras perspectivas.
Recentemente, a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA) reforçou a importância do turismo para a economia local em um estudo que destaca atividades capazes de gerar emprego, renda e inovação em todo o território alagoano. Dos 16 municípios à beira-mar, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que cerca de 40,74% da população alagoana reside nessas áreas e experimenta cotidianamente o impacto do mar nas economias locais.
O Mar como Recurso Estratégico
A pesquisa da FIEA ressaltou que a Economia do Mar é dominada pelo setor de serviços, que detém a maior parte das empresas ativas e empregos gerados. Cidades como Maceió e Maragogi mostram como o turismo impulsiona áreas como Alimentos e Bebidas, Agências de Viagens e Hotéis.
Nos últimos anos, o turismo teve um papel fundamental na atração de investimentos em Alagoas, especialmente no setor hoteleiro. De acordo com a Secretaria de Turismo de Alagoas (Setur), 22 novos hotéis estão em fase de construção, com a entrega de 12 deles prevista para 2026. Redes renomadas como MME, Vila Galé, Ritz e Tropicalis estão ampliando suas operações no estado, sinalizando o potencial de crescimento do setor.
O Crescimento do Turismo e Seus Benefícios
A secretária de Estado do Turismo, Bárbara Braga, enfatizou a relevância do turismo como um elo essencial na cadeia produtiva da Economia do Mar. “O turismo não só movimenta a economia, mas também fortalece pequenos negócios que dependem do mar como fonte de renda e expressão cultural”, destacou.
Para a temporada de 2025/2026, a expectativa é que o Aeroporto Zumbi dos Palmares receba mais de 1,3 milhão de passageiros, somando embarques e desembarques, além de acolher mais de 150 mil cruzeiristas. Essa movimentação deve gerar um impacto econômico de aproximadamente R$ 2,6 bilhões, podendo chegar a R$ 2,8 bilhões ao incluir o fluxo terrestre. “Esses números evidenciam como o turismo estruturado pode transformar as cidades costeiras, promovendo o desenvolvimento sustentável e ampliando as oportunidades de trabalho para os alagoanos”, acrescentou Bárbara Braga.
Maceió: Destino de Cruzeiros no Nordeste
Os cruzeiros também se mostram uma parte significativa no potencial econômico ligado ao turismo no estado. Maceió se posiciona como o segundo principal destino de cruzeiros do Nordeste nesta temporada, ficando atrás apenas de Salvador. Até o mês de abril, estão previstas 35 escalas de oito embarcações diferentes, com destaque para o MSC Seaview, que fará 17 paradas, e o MSC Armonia, com 13.
Além disso, escalas de embarcações de empresas como Costa Cruzeiros e Holland America também estão programadas, reforçando o papel estratégico da capital alagoana no turismo náutico regional e internacional. Espera-se que os 150 mil turistas provenientes de cruzeiros injetem R$ 110 milhões na economia local, com gastos médios superiores ao registrado na temporada anterior.
Novos Hotéis e a Perspectiva do Setor
As expectativas para os próximos anos são bastante otimistas, segundo a Setur. Os 12 novos hotéis esperados para entrega em breve resultarão em mais de 6.400 novos leitos. “Estamos prontos para o crescimento da Economia do Mar, com planejamento, infraestrutura, qualificação de mão de obra, e uma oferta aérea em constante expansão”, comentou Bárbara Braga.
Fábio Leão, economista, também observou que Alagoas tem um diferencial competitivo ao implementar estratégias de nicho relacionadas ao mar. “O litoral de Alagoas não é apenas um recurso econômico, mas uma oportunidade de crescimento sustentável baseado na inovação e na identidade cultural”, finalizou. Ele enfatizou a importância de valorizar iniciativas locais e sustentáveis que promovam o turismo de base comunitária e o cultivo de algas, como formas estratégicas de geração de renda.

