Investigação e Prisão
O norte-americano Floyd L. Wallace Jr., conhecido por sua atuação como youtuber, foi preso no Rio de Janeiro sob suspeita de cometer crimes sexuais contra menores. Wallace, que também enfrenta acusações de estupro de vulnerável e favorecimento à exploração sexual infantil, já tinha um histórico conturbado de confrontos com a polícia nos Estados Unidos.
Nascido em 17 de dezembro de 1995, Wallace foi detido na última segunda-feira (22), na Liberdade, um bairro central de São Paulo, durante uma operação conjunta entre as polícias civis do Rio de Janeiro e de São Paulo. As investigações apontam que ele utilizava aplicativos de transporte e redes sociais para aliciar crianças e adolescentes, criando perfis falsos para esconder sua identidade.
Perfil Polêmico
Nos Estados Unidos, Floyd mantém um canal no YouTube intitulado “Omaha Copwatch”, onde se apresenta como defensor da Primeira Emenda da Constituição. Nele, registra abordagens policiais, alegando exercer seu direito à liberdade de expressão. Contudo, a realidade é bem diferente: Wallace carrega um longo histórico criminal que inclui resistências à prisão e agressões a policiais, tendo sido preso em mais de 13 estados americanos.
Um caso notável ocorreu na Flórida, em 2022, quando ele foi detido após um desentendimento com a polícia, durante o qual se recusou a se identificar e foi submetido a uma arma de choque. Além disso, sua condenação por agressão a um policial em Oklahoma, que passou por atrasos judiciais, ilustra sua trajetória conturbada.
Denúncias no Brasil
A investigação que culminou na prisão de Wallace no Brasil teve início após um alerta do Ciberlab, órgão do Ministério da Justiça. O relato de um motorista de aplicativo em dezembro de 2025 indicava que duas meninas eram levadas para encontrar um homem mais velho, que posteriormente foi identificado como Floyd. Essa situação alarmou o motorista, que acionou as autoridades.
A apuração interna da Uber revelou que o mesmo usuário, identificado como “Terry William”, havia criado múltiplas contas para solicitar corridas com adolescentes. Essa prática levantou suspeitas, levando às investigações em parceria com o Homeland Security Investigations (HSI) dos EUA.
Prisão e Apreensão de Material
Conforme as investigações progrediram, Wallace foi localizado em São Paulo, onde as autoridades temiam que ele pudesse tentar fugir do país. A Justiça autorizou a prisão temporária e a busca e apreensão de seus pertences. Na abordagem, realizada na Rua Conselheiro Furtado, foi necessário conter Wallace, que ofereceu resistência.
Durante a ação policial, foram confiscados cinco pen drives, sete cartões de memória, um notebook, cinco celulares e vários chips telefônicos, além de itens como bichos de pelúcia e um relógio com câmera embutida. Esses materiais estão sendo analisados para tentar entender a extensão de suas atividades criminosas.
Exploração Sexual
A polícia descreve Wallace como um “turista sexual”, utilizando a expressão “passport bro”, que se refere a homens de países desenvolvidos que buscam explorar desigualdades em países mais pobres. As investigações confirmam que ele fazia postagens em suas redes sociais sobre suas viagens para a América Latina com a intenção de manter relações sexuais, além de demonstrar consciência dos riscos legais associados.
A prisão de Floyd L. Wallace Jr. levanta questões sérias sobre a segurança de crianças e adolescentes, não apenas no Brasil, mas também sobre as práticas de exploração sexual por parte de indivíduos que utilizam suas plataformas para camuflar atividades ilícitas.

